HAOC registra doação de coração, rins e córneas

Foto: Renato Sargo, Superintendente do HAOC, Dr. Ronaldo Honorato, Coordenador da equipe de transplantes do Incor e Ronaldo Garcia, Diretor Financeiro do HAOC.

Incor esteve no hospital para realizar o transplante de coração  

Na tarde do dia 16 de Julho, um paciente que havia sido internado no Hospital Augusto de Oliveira Camargo, evoluiu a óbito depois de um Acidente Cardio Vascular que evolui para hemorragia cerebral.

Depois de todas as medidas de tratamento tomadas pela equipe médica do HAOC, foi constatada morte cerebral. A partir disso começa uma nova etapa na rotina de trabalho hospitalar, diagnosticar se o paciente é um doador de órgãos em potencial.

Foi o que aconteceu, o resultado do exame confirmou morte cerebral, com isso não existe a possibilidade do paciente voltar à vida, ao contrário do coma, que é um estado de depressão do sistema nervoso, em que o paciente pode voltar a reagir a qualquer momento, é reversível.

No caso da morte cerebral, o corpo ainda tem funções vitais, mas o cérebro, que é o comandante de todo corpo já não funciona mais, está morto. Com isso, se o paciente não for um doador comprovado em vida (quando a pessoa autoriza a doação de seus órgãos enquanto está vivo) a família é quem deve autorizar a doação.

Com a autorização em mãos, a direção do hospital com a sua equipe médica e de enfermagem notifica a OPO - Organização de Procura de Órgãos da Unicamp que existe um doador em potencial e assim os dados é passado a OPO que em caso de transplante de coração entra imediatamente em contato com o INCOR – Instituto do Coração de São Paulo, que possui um sistema em que consta uma listagem completa das pessoas que necessitam de um transplante e seus dados, para que o órgão seja compatível. Para os outros órgãos a Unicamp realiza a retirada e encaminha o órgão para outros lugares cadastrados em receber a doação.

No caso desse paciente os órgãos doados foram: coração, rins e córneas.

 

Coordenador do Incor elogia trabalho realizado pelo HAOC

Para o Dr. Ronaldo Honorato, cirurgião cardíaco e coordenador da equipe de transplantes do Incor é muito importante que o hospital tenha estrutura para atender a equipe para que todos possam exercer um bom trabalho.

“Aqui no HAOC essa parceria foi perfeita, o paciente estava bem cuidado. É notório que os médicos tentaram lutar pela vida desse paciente, pois nós médicos até os que realizam transplantes, lutam em todo o momento pela vida e sempre contra a morte. Pude perceber o cuidado com o paciente e a estrutura que facilitou o trabalho de retirada de órgãos, isso é fundamental para o sucesso do transplante. Sabemos que o HAOC tem o foco em captação, tem parceiros nessa área, já realiza um excelente trabalho com o BOS – Banco de Olhos de Sorocaba, isso é fundamental para nosso trabalho que é lidar com vidas, pois existem hospitais que não oferecem os cuidados necessários para que nossa equipe possa atuar e muitas vezes, até perdemos a oportunidade de doação”, comenta o Dr. Ronaldo, que participou de um quadro no Fantástico, dirigido pelo Dr. Dráuzio Varela, ‘Transplante, o dom da vida”, exibido no mês de abril.

O trabalho da equipe do Incor

O Dr. Ronaldo explicou que esse trabalho exige sincronismo. Enquanto ele está fazendo os testes no possível doador, sua segunda equipe está no Incor preparando o receptor para receber a doação. Para isso são realizados alguns exames e o paciente começa a ser preparado para entrar para o Centro Cirúrgico.

“É um trabalho delicado. O coração não agüenta mais que quatro horas fora do corpo, pois ele é um órgão que necessita de muito oxigênio para funcionar e ficar fora do corpo por muito tempo pode tornar o seu uso inviável, por isso, nosso tempo é curto, enquanto estou aqui, minha equipe já está preparando a pessoa que vai receber o coração”, afirma Dr. Ronaldo.

Assim que a equipe do Dr. Ronaldo Honorato, que é formada pelos médicos Dr. Pablo Spinola, Dr. José de Lima Oliveira Junior e Dr. Carlos Eduardo da Silva Imberg, saiu do HAOC, o paciente receptor já estava preparado para a chegada de seu novo fôlego de vida, um novo coração, o trabalho é realizado de forma tão sincronizada que assim que eles chegassem no Incor, o paciente já estaria no Centro Cirúrgico pronto para a colocação do coração. Essa cirurgia pode levar de seis a oito horas, pois assim que o coração é colocado no corpo do receptor existe todo um trabalho cirúrgico a ser realizado.

Um helicóptero pousou atrás do HAOC para agilizar o transporte do órgão até São Paulo.

O receptor não precisa ser uma pessoa importante o que vale é o dom da vida

Para os médicos que trabalham com essa rotina de transplantes, o que mais importa não é se a pessoa é um paciente importante para a sociedade, mas sim, o grau de necessidade que tem em receber um novo órgão que vai mudar sua vida.

Devido a isso, a identidade do receptor é mantida em sigilo por toda a equipe médica do Incor, o que foi divulgado pelo Dr. Ronaldo em atendimento a imprensa, na manhã da última sexta-feira, dia 17, no HAOC, é que o receptor que tem 35 anos, sofre de miocardiopatia dilatada e está em caráter de prioridade na lista de doação de órgãos. Esse paciente tem uma filha de três meses que ainda não pode conhecê-la. “Acreditamos que depois desse transplante ele possa voltar a viver e a curtir sua família”, comenta Dr. Ronaldo emocionado.

“Esse trabalho gera um stress que é o que motiva a realizar cada vez mais esse trabalho, acabei de chegar de Piracicaba e chegamos a fazer na semana passada quatro transplantes, em cinco dias”, afirma Dr. Honorato.

Segundo Dr. Ronaldo a lista de pacientes na fila de espera de doação de coração não é grande, pois como o órgão é vital e doenças do coração são tidas como doença letal para o ser humano, muitos acabam falecendo durante a espera, 40% desses pacientes vão a óbito enquanto aguardam o transplante.


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